terça-feira, julho 26, 2016

A crônica da minha falta de disciplina.




Era tarde de um dia delicado de inverno, ele jogou seus olhares mais profundos em meu colo, enquanto ela pensava no que a vida havia de guardar para aqueles dias.
Prisão homogênea, onde o alimento era o tato, e o insumo, ao esgotar dos olhares em segundos de longas respirações.

Onde tudo se fazia seguro, no peneirar do tempo o esgotamento de visões, o palpar da cicatriz que curava a pronta dos dedos sôfregos e trêmulos.
Era seguro, ao menos antes de pensar no que os esperavam lá fora.
De cara para o mundo, de frente para semáforos e velocidades...Era de dar frio na espinha! Só de pensar naquele tempo diferente que corria lá do lado de fora.

Era diferente, era diferente sim! Até o ponteiro haveria de andar mais devagar para termos o degustar desses dias na ponta do último paladar de vinho tinto em vida.

Suor escorre, e lamenta que o exercício diário tenha se restringido ao afagar das costas manchadas pelos dias expostos ao sol...
Ah o sol! Estrela que nos invadia com sua claridade certa hora do dia, não era do nosso interesse definir qual era esse momento, para nos cobrir com ainda mais ansiedade sua espera... Sentir o calor era o que bastava, o calor e o compromisso de se fazer presente dia após dia.

O nublado adoecia a carne daqueles dois. Fazia amolecer os mais ferozes desejos de tentar sentir daqui de dentro o que seria lá de fora.
Era o fim... Pois iniciavam os dias deixando de viver esta união para alimentar a imaginação, procurando informações aceitáveis, que tornassem aquela porta o começo de um caminho, de dois caminhos.

"A felicidade não entra em portas fechadas." 
Chico Xavier.